
Sofia encontrava-se particularmente feliz, apesar da inquietude provocada pelo os últimos acontecimentos, com o olhar fixo na grandiosa paisagem, ensaiava organizar o espírito e perceber a mística de impressões que agora tomava conta da sua alma…foi tudo muito impetuoso e súbito…um vórtice de sentimentos…criava-lhe um espaço para à interrogação: Como?..... E porque agora?
Recordou com afeição e alguma saudade o seu tempo de liceu, as aventuras efectuadas, as gargalhadas arrebatadas, e as tropelias, muitas das vezes, organizadas por ela…era espontânea, de uma vivacidade genuína, gostava de fazer amigos…..
Foi no liceu que Sofia conheceu Fábio….ele destacava-se pela sua excentricidade, e isso chamou-a a atenção, gostava do discrepante…do mistério….
A sua impulsividade facultou que travassem logo conhecimento e aquele rapaz que vinha de longe, pareceu facilmente adaptar-se ao meio, não fosse algumas das palavras com uma certa pronuncia própria de quem não conhece muito bem a nova língua, mas que foram muitas das vezes motivo de divertimento e gracejos para ambos.
Rapidamente tornaram-se grandes amigos……Fábio era para Sofia o melhor confidente aquele que lhe aconselhava e acarinhava em todas as circunstâncias….era seu camarada e amigo.
Desde então, tornaram-se companheiros inseparáveis, cúmplices nas peripécias e malandrices próprias da adolescência…apesar dos rumores, por parte dos colegas, de um eventual relacionamento, isso não passou apenas de enredos, também eles próprios da idade…..
Eles eram apenas bons e velhos amigos, uma amizade sincera!
Finalmente chegou o momento de irem para a faculdade…… a euforia na escolha da universidade, a vontade de viver novas experiências, extravasar e conviver…tomou conta das suas jovens mentes…..
Os resultados saíram, e chegou o momento, o momento da separação…infelizmente não seguiam juntos para o mundo académico…ficou a promessa de um convívio assíduo….. conversavam muito e quando podiam iam tomar um café.
Sofia nunca esquecerá aquela amizade e para todos que conhecia contava as aventuras que juntos partilharam.
Apesar da boa disposição de Sofia, encontrava-se amargurada com as últimas eventualidades da sua vida, sentia-se só e um pouco enfraquecida….
Sentiu o vibrar do seu telemóvel…desconhecia o número…mas atendeu-o descontraidamente:
_sim?.......não acredito!! és tu?..mesmo?......que bom Fábio….há quanto tempo…bem temos muito que conversar!!…..sim vamos tomar um café….a conversa continuou.
Sofia e Fábio já não se viam a oito anos….
(continua:D)