domingo, 1 de julho de 2007



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

3 comentários:

Maria Ostra disse...

Cantemos, então! :))

Zenith disse...

É impossível ler este texto não evocar na nossa mente a voz de Luis Represas.
Beijo

Joana disse...

ostrinha:
cantemos!!beijocas

zaba:
foi isso que senti quando li o poema:D
beijocas